O preço elevado do resgate do euro

Enquanto muitos se congratulam por terem resgatado o euro, é necessário levar a questão do custo da política que foi conduzida. Os números são assustadores (ver abaixo), mas o que está por trás também. Não podemos esquecer a forma como políticos da União Europeia geriram a crise financeira: a Alemanha manda, e outros Estados-Membros têm apenas o direito de ratificar. Onde estão os princípios democráticos? O ex-primeiro-ministro chegou a afirmar que, caso os gregos não cumprissem o que lhes foi imposto, a União Europeia teria “instrumentos de tortura no sotão”.

O que foi que a UE exigiu de países como a Grécia, Portugal, Espanha e muitos outros? Sobretudo regressão social! Nem criação de emprego, nem crescimento económico, mas apenas desemprego em massa e, portanto, nenhuma perspectiva para os jovens. Soma-se a isso cortes nos salários e pensões, e nem sempre para aqueles que ganham muito, mas especialmente para aqueles que têm pouco – e provavelmente nunca terão mais. Há muito tempo que que a União Europeia já não tem dimensão social, e seria irrealista acreditar que ela ainda poderia ter na sua forma atual.

O ADR está convencido de que seria do interesse do euro e da Grécia sair da zona euro. Não se deve excluir a idéia de zone euro apenas composta de países que são capazes de garantir a estabilidade do euro. Devemos prestar assistência financeira aos outros países, e especialmente à Grécia, para que eles possam sair da zona euro.

Há quem argumente que a saída do euro teria consequências negativas para os cidadãos. A verdade é que, como o euro não pode ser desvalorizado em países como a Grécia, uma desvalorização interna é observada; isto é, os salários são reduzidos. Fica por provar que isso é mais positivo para os cidadãos que as consequências de uma saída do euro.

O que é certo, é que a crise financeira está a ser utilizada como pretexto para que os países abandonem direitos de soberania. A UE tinha mecanismos de controle suficientes (p. ex. Tratado de Maastricht), mas essas disposições foram constantemente violadas. Alguns chefes de governo e de estado permitiram a outros o não respeito dos critérios que foram estabelecidos. Existiam instrumentos de stabilidade para evitar uma crise financeira, mas simplesmente não foram respeitados. E hoje, os representantes da Europa anti-social e anti-democrática, porque nunca respeitaram as regras, porque eles não fizeram o seu trabalho, querem ainda mais direitos e poder!

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